Tag Archive : estádios

Palco do RHCP no Morumbi é monitorado pela IEME

Red Hot Chili Peppers, banda americana de rock, realizou no dia 10/11 um show no estádio do Morumbi, parte de sua turnê mundial “Global Stadium Tour”. A apresentação histórica contou com a volta do guitarrista John Frusciante, integrante clássico que voltou a tocar com a banda em 2019, depois de 10 anos em outros projetos.

A IEME Brasil monitorou o estádio durante o show, utilizando sensores para a medição da deformação da estrutura, submetida a cargas dinâmicas, como as geradas pelo público em shows musicais ou em partidas de futebol.

O São Paulo Futebol Clube (SPFC) e a IEME Brasil possuem uma longa parceria no monitoramento do Estádio Cícero Pompeu de Toledo. O acompanhamento oferece informações importantes sobre a estrutura e garante a segurança e o conforto dos usuários, como os que compareceram ao espetáculo do dia 10/11 e de outros eventos artísticos e esportivos.

Vale lembrar que a agitação do público gera na estrutura vibrações que podem ultrapassar os limites admitidos em normas técnicas e gerar pânico, acidentes e até o colapso estrutural. O objetivo do monitoramento regular é evitar essas situações com medidas preventivas e também acompanhar o comportamento da estrutura em tempo real.

O monitoramento também ajuda o SPFC a otimizar as manutenções necessárias do estádio, evitando gastos maiores com eventuais obras de recuperação estrutural.

Parabéns à Diretoria do SPFC, que através de seu cuidado e responsabilidade garante que seus eventos ocorram de forma segura.

 

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IEME e LAEDE juntos com a torcida na final da Copa do Brasil

São Paulo e Flamengo fizeram no dia 24 de setembro a grande final da Copa do Brasil 2023, jogo que deu ao Tricolor seu primeiro título nesta competição. Além da conquista inédita, o SPFC bateu novamente o seu recorde de público nesta temporada: nada menos que 63.077 torcedores vibraram (mas vibraram muito!) com o gol de Rodrigo Nestor, que empatou o jogo e trouxe a taça para o time paulista.

Para garantir a alegria (e a segurança) dos milhares de são-paulinos, a IEME Brasil e o LAEDE estavam lá no Morumbi, monitorando o estádio. Sensores foram instalados para medir as vibrações causadas pela atuação da torcida nas arquibancadas.

O SPFC, sempre preocupado em garantir a segurança e o conforto do seu público, mais uma vez contratou a IEME Brasil para monitorar a estrutura do estádio. Parabéns à Diretoria do clube por seu cuidado e responsabilidade.

Vale lembrar: estádios que são constantemente monitorados e recebem manutenção regular, caso do Cícero Pompeu de Toledo, são muito seguros.

Leia mais sobre o tema no site da IEME.

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Avaliação de segurança da Arena Corinthians completa 10 anos

Faz exatamente 10 anos (maio de 2013) que a IEME Brasil avaliou, por meio de ensaio de vibração forçada, a segurança das arquibancadas da Neo Química Arena, estádio do Corinthians que foi palco da abertura da Copa do Mundo de 2014.

Com a ajuda do Vibrodina, equipamento gerador mecânico que simula a movimentação de torcedores, a equipe técnica da IEME avaliou o comportamento dinâmico da estrutura, para assegurar a segurança e o conforto necessários para receber os torcedores. Cerca de um mês após a inauguração, no dia 12 de junho, o estádio foi palco da abertura do Mundial, com a vitória do Brasil sobre a Croácia por 3 a 1.

Durante os seis jogos da Copa, a Arena Corinthians recebeu cerca de 360 mil espectadores. A última partida marcou o recorde de público do estádio, que na época contava com arquibancadas provisórias: 63.267 pagantes para Argentina x Holanda.

A IEME Brasil foi contratada para o trabalho pela Odebrecht, responsável pelas obras da Arena Corinthians. A mesma tecnologia havia sido empregada em grandes estádios italianos, como San Siro, em Milão, e Olímpico, em Roma.

Leia mais em:

🌐  https://iemebrasil.com.br/copa-do-mundo-2014-avaliacao-da-seguranca-do-palco-de-abertura/

IEME Brasil presente no Morumbi, palco do Coldplay

A banda britânica Coldplay fechou no sábado, 18/3, o ciclo de seis shows em São Paulo, parte da turnê mundial “Music of the Spheres” que celebra o último disco do grupo. Para segurança dos músicos e milhares de fãs que compareceram ao show, o estádio do Morumbi estava sendo monitorado pela IEME Brasil, que instalou sensores para medir a deformação da estrutura submetida a cargas dinâmicas, como as geradas pelo público pulando em shows musicais ou em partidas de futebol. Essas medidas fornecem diversas informações importantes sobre a estrutura.

Estádios que são constantemente monitorados e recebem manutenção regular, caso do Estádio Cicero Pompeu de Toledo (estádio do São Paulo Futebol Clube – SPFC), são muito seguros. Infelizmente, a maioria dos estádios brasileiros não tem essa preocupação. O problema pode surgir quando a estrutura entra em ressonância, ou seja, a frequência da carga dinâmica coincide com a frequência natural da estrutura. Nesses casos, as vibrações podem ultrapassar os limites admitidos em normas técnicas e gerar desde pânico ao público, acidentes e até o colapso da estrutura.

O SPFC, sempre preocupado em garantir a segurança e o conforto do seu público, mais uma vez contratou a IEME Brasil para monitorar a estrutura do estádio. Desta vez, o evento foi o show do Coldplay. Parabéns ao pessoal do SPFC por seu cuidado e responsabilidade.

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Um equipamento que chega para equilibrar as estruturas

Lá pelos idos da década de 50, quem poderia imaginar a quantidade de pessoas e volume de carros que se atingiria na virada do século. Na época, a construção civil começou a projetar grandes obras, apoiadas na capacidade técnica da engenharia nacional e nos avanços conseguidos. Pontes em concreto armado, viadutos, estádios de futebol e os ditos arranha-céus, começaram a surgir nos grandes centros urbanos, demonstrando que o país contava com tecnologia comparável à dos países europeus.

Projetados para varar o século XX, muitos começam a apresentar problemas em suas estruturas, atualmente submetidas a cargas e tráfego de veículos que dificilmente seriam previstos há mais de 40 anos. No caso dos estádios, nenhum deles foi projetado para apresentação de shows musicais, que transmitem impacto rítmico durante longo tempo, abalando seu conjunto. Some-se ao fato a ausência de manutenção, principalmente de pontes e viadutos, a maioria deles recebendo apenas uma pintura de vez em quando, para a impressão de que são cuidados. Basta lembrar o recente caso da Ponte dos Remédios para se ter uma idéia do resto.

Acompanhando os problemas que vinham surgindo com maior frequência em obras nacionais, o Grupo ETEP, através da IEME Brasil, firmou um acordo com o Instituto Sperimentale Modelli e Strutture, da Itália, para aplicar no Brasil sua tecnologia de dinâmica de estruturas, desenvolvida desde 1947.

“Através de um equipamento chamado Vibrodina, simula-se vibrações transmitidas à estrutura da obra. Os efeitos são registrados por uma rede de sensores que envia os sinais a um sistema chamado ISA – Ismes Signal Analysis”, explica Liana Becocci, engenheira responsável da IEME. Os registros recebidos transformam-se em informações técnicas que servirão de análise e proposta de solução.

Um dos locais onde o simulador permitiu uma solução inovadora foi no Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, que vinha apresentando problemas de vibração nas arquibancadas. O ensaio dinâmico realizado pela Vibrodina levou à instalação de um conjunto de molas e amortecedores que aliviam o impacto, evitando o comprometimento da estrutura. Fora a redução de custos, a solução impediu que obras de reforço prejudicassem o projeto original do estádio. A mesma tecnologia vem sendo proposta no Estádio do Parque Antárctica. Os serviços da IEME vêm sendo requisitado para análise de várias pontes, entre elas a que passa sobre o rio Guandu, na rodovia Presidente Dutra. Nela, a tecnologia permitiu uma economia de 51% em obras de recuperação e mostrou que a ponte é capaz de se adequar às exigências das normas atuais. A tecnologia pode ser aplicada em obras e edifícios de qualquer porte, sendo que muitas vezes o simples monitoramento leva à solução do problema.

“No momento, várias indústrias têm feito consultas para verificar a vibração que pode ser aplicada em suas instalações”, diz Liana. Além de clientes diretos, a IEME presta serviços a empresas de projetos que utilizam os ensaios produzidos pelo equipamento para propor novas soluções a seus clientes.

Marilda Rodella
REVISTA OESP – CONSTRUÇÃO – Set/Out. – 1998 – nº19

Pacaembu passa por testes de vibração na estrutura do Tobogã

Entrevista do diretor Marco Juliani ao SPTV, da Rede Globo, em 2018.

O video mostra o funcionamento do Vibrodina no Estádio do Pacaembu, que passou por testes de vibração na estrutura do Tobogã.

Assista abaixo a matéria completa.

 

 

Copa do Mundo 2014

A segurança da Neo Química Arena, do Corinthians, palco de abertura da Copa do Mundo de 2014, foi avaliada pela equipe IEME por meio de ensaio de vibração forçada. Para isso, foi utilizado o Vibrodina, que consiste em um equipamento gerador mecânico que simula a movimentação de torcedores. Desta forma, foi possível avaliar o comportamento dinâmico e saber se a estrutura estava adequada quanto a parâmetros de segurança e conforto, para que tudo ocorresse bem no início da Copa.

Veja aqui a reportagem da Máquina do Esporte – 02/05/2013.

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Vibrodina testa estrutura do Morumbi (vídeo)

Vídeo mostra reportagem de Lívio Lamarca, da Rede Globo, sobre o funcionamento do Vibrodina nos testes da estrutura do Estádio do Morumbi, em São Paulo.

 

Veja aqui o vídeo.

 

 

Em cima da hora, Maracanã passa por testes de resistência

Reportagem de Tino Marcos para o Jornal Nacional, da Rede Globo, mostra o monitoramento do Maracanã pela IEME Brasil com o Vibrodina.

Confira aqui a reportagem:

 

 

Em minoria, torcida do Corinthians vence duelo no estádio do Morumbi

Por: Carolina Elustondo e Leandro Canônico / Globo Esporte

Dentro de campo, o Corinthians não deu chance ao São Paulo, venceu por 2 a 0, e continua firme na luta pelo título brasileiro de 2010. E, nas arquibancadas do Morumbi, apesar de estar em número infinitamente inferior (apenas quatro mil alvinegros foram ao estádio), a Fiel Torcida foi mais barulhenta. Pelo menos foi o que mostrou o monitoramento realizado pela IEME Brasil, empresa de engenharia consultiva especializada em análise dinâmica de estruturas, que acompanhou, por meio de sensores (acelerômetros) instalados nas arquibancadas, o comportamento da torcida dos dois times.

Foram colocados quatro sensores abaixo as arquibancadas superiores dos setores 48 e 49 para os corintianos, e 36 e 37 para os são-paulinos. Para que o Timão não fosse prejudicado por ter direito a apenas 5% da carga total de ingressos, os medidores do Tricolor foram colocados para abranger apenas uma área do mesmo tamanho que a ocupada pelos visitantes.

A vibração captada pelos sensores era monitorada por Marco Juliani. Os dois primeiros gráficos na tela no laptop do engenheiro mostravam a intensidade da torcida corintiana, e os dois últimos apontavam a área são-paulina. Quando as duas equipes entraram em campo, aconteceu um índice de vibração de 355 mm/s². Porém, o pico aconteceu quando Dentinho marcou o segundo gol da partida, que garantiu a vitória por 2 a 0 sobre o rival: 455 mm/s². Quando Elias marcou o primeiro gol, na etapa inicial, o índice havia chegado a 216 mm/s².

A comparação entre os picos de vibração dos dois times mostra vantagem de 30% para a torcida do Corinthians, afirma o engenheiro da IEME Brasil, Marco Juliani. A torcida do Timão não mostrou tanta vibração na entrada do time em campo porque demorou a ser liberada pela Polícia Militar para entrar no estádio, e por isso não estava na área destinada naquele momento.

 

>> Veja mais (PDF)

Por que os estádios brasileiros são tão inseguros?

Muitos estádios brasileiros vêm apresentando problemas estruturais em suas arquibancadas, em decorrência de vibrações excessivas em dias de grandes eventos. Esses problemas são ocasionados, na maioria das vezes, devido a manutenções estruturais pouco freqüentes. Além disso, os estádios não foram projetados para suportar os carregamentos dinâmicos a que vêm sendo submetidos.

Na época em que foram construídos, os esforços dinâmicos induzidos pelo público eram de intensidade muito menor e de curta duração, e não como ocorre atualmente durante grandes espetáculos musicais, quando as arquibancadas devem suportar, por um longo intervalo de tempo, o impacto rítmico de uma platéia.

Mesmo nos casos em que a segurança relacionada ao colapso da estrutura estiver garantida, é necessário verificar se os níveis vibracionais estão dentro dos limites permitidos pelas normas internacionais, para que se assegure conforto ao público, evitando-se assim situações de pânico.

O Estádio Cícero Pompeu de Toledo (Morumbi), por exemplo, foi interditado pelo CONTRU – Departamento da Prefeitura do Município de São Paulo que verifica e aprova as condições de segurança em edificações – no início de 1995, e passou por várias reformas desde essa data, com o objetivo de solucionar problemas estruturais em suas arquibancadas.

O São Paulo Futebol Clube, proprietário desse estádio, realizou reformas que compreenderam a recuperação do concreto das arquibancadas e a contratação de renomados consultores brasileiros que propuseram algumas alternativas que vêm sendo analisadas. Para verificar a eficiência das reformas realizadas, o São Paulo Futebol Clube contratou a empresa italiana Ismes Spa, associada no Brasil à Estudos Técnicos e Projetos ETEP Civil Ltda., da qual somos diretores, para a execução do primeiro ensaio dinâmico de vibração forçada realizado no Brasil. O trabalho foi feito em maio de 1995 e seus resultados foram apresentado pelo clube ao Contru que, em junho de 1996, liberou parcialmente o estádio.

Destinado a determinar as propriedades dinâmicas das estruturas (freqüências naturais, modos próprios de vibração, amortecimentos) e calcular os níveis vibracionais induzidos pelo público, esse ensaio consiste em fazer excitar a arquibancada através de um gerador mecânico de vibrações, denominado Vibrodina, que simula o efeito rítmico da torcida, sem a presença da mesma. Dentro do Vibrodina giram dois discos em sentido contrário, com duas massas excêntricas em cada disco, que produzem uma força centrífuga, controlada e variada gradativamente, de modo a reproduzir todas as freqüências que uma torcida transmite à arquibancada. O teste é realizado em três etapas, que correspondem à aplicação da força produzida pelo Vibrodina nas direções vertical, horizontal radial e horizontal tangencial, através do reposicionamento do equipamento no mesmo ponto.

Uma rede de 21 sensores, instalados em pontos estratégicos das arquibancadas, capta a resposta da estrutura a esta excitação e a transmite a um sistema de filtros e amplificadores que irão depurar esses sinais e arquivá-los. Este “arquivo de respostas” e processado em um software denominado ISA (Ismes Signal Analysis), que converte estes sinais em valores analisados pelas empresas associadas – Ismes e Etep Civil – responsáveis, também, pela emissão do laudo final. No caso do Estádio do Morumbi, o ensaio em um único módulo das arquibancadas foi suficiente para efetuar a análise do comportamento da estrutura, pois o estádio é composto por 72 pilares de sustentação (“gigantes”) que se repetem. Desta forma, os resultados obtidos em apenas um módulo puderam ser considerados representativos dos demais. Além de fornecer todas as características dinâmicas da estrutura, o ensaio testou uma alternativa em estudo que visava reduzir as vibrações das arquibancadas. Essa alternativa consistia em um pilar metálico situado entre o anel inferior (numeradas inferiores) e o intermediário (numeradas superiores). Desta forma, o ensaio foi realizado duas vezes: com e sem o pilar. Após 10 dias de ensaios e cálculos dinâmicos, os resultados finais mostraram que:

1) as estruturas das arquibancadas não apresentaram quaisquer deformações plásticas; 2) a alternativa que considera o pilar metálico não apresentou reduções significativas das vibrações; 3) com a lotação completa, os níveis vibracionais ultrapassam os limites permitidos por normas internacionais. Para que estes limites sejam respeitados, deverá ser obedecida a seguinte condição: ocupação total nas numeradas inferiores e superiores, que corresponde a 40.000 espectadores, e nas arquibancadas apenas um terço da capacidade, o que corresponde a mais 14.000 espectadores.

Atualmente, o estádio está liberado para a lotação máxima de 34.000 torcedores, pois o anel inferior está em obras. Outro estádio que utilizou a mesma tecnologia italiana para testar as suas arquibancadas foi o Palestra Itália, da Sociedade Esportiva Palmeiras. Com os mesmos problemas de vibrações excessivas apresentados no caso anterior, o estádio foi liberado com lotação parcial.

No Palmeiras foi necessário realizar o ensaio em cinco módulos distintos, pois as estruturas foram construídas em épocas diferentes, além de não serem repetitivas, como é o caso do estádio do Morumbi. Os resultados mostraram que partes do trecho curvo das arquibancadas apresentam níveis vibracionais superiores aos permitidos pelas normas internacionais.

Essa mesma tecnologia utilizada nesses estádios brasileiros foi utilizada pelo Ismes durante a adequação de diversos estádios italianos para o Campeonato Mundial de Futebol de 1990, destacando-se, entre eles, o San Siro de Milão, Delle Alpi de Turim e Olímpico de Roma.

Atualmente, o Ismes (Istituto Sperimentale Modelli e Strutture), considerado o maior centro tecnológico de engenharia do mundo, vem desenvolvendo serviços e pesquisas nas áreas de informática, grandes estruturas e defesa do solo e meio ambiente. Com sede em Bergamo, na Itália, o Ismes vem acumulando desde 1947 uma larga experiência na área de manutenção, monitoração automática e projetos de recuperação estrutural de túneis, pontes, monumentos históricos, estádios, barragens, obras de terra e edifícios. Entre seus principais trabalhos destacam-se o monitoramento automatizado da Torre de Pisa, da cúpula de Bruneleschi em Florença, da catedral da Cidade do México, da Humber Bridge na Grã-Bretanha, da ponte estaiada Zarate-Brazo Largo na Argentina, de 300 barragens italianas e de 11 barragens para a Electricity Generating Authority of Thailand (Egat). No início de suas atividades, o Ismes dedicou-se exclusivamente ao controle da segurança de barragens italianas para atender seus sócios majoritário, a Enel (Ente Nazionale per l’Energia Elettrica).

No Brasil, as obras executadas durante o grande impulso da construção civil, a partir da década de 50, começaram a apresentar sinais de deterioração pelo tempo de uso, ausência de manutenção, agressividade do meio e, a exemplo dos estádios, por estarem submetidas a esforços superiores àqueles para os quais foram projetados.

Estes fatos, aliados às preocupações, exigências e maior conscientização com a segurança dos usuários, levaram a Etep civil, empresa do Grupo Etep, que desde 1966 atua na área de engenharia consultiva no Brasil, a buscar a parceria do Ismes, de forma a trazer para o Brasil tecnologias largamente utilizadas na Europa e que só recentemente encontraram condições de serem aplicadas em nosso País. O objetivo principal da associação é praticar uma engenharia de prevenção e manutenção das obras existentes, proporcionando condições de utilização em bases sólidas e seguras.

Esta parceria entre o Ismes e a Etep Civil teve início em novembro de 1994, com a nossa visita à Itália para conhecer os trabalhos realizados nos estádios, barragens e monumentos italianos. Em outubro de 1995, os engenheiros Paolo Pezoli e Paolo Panzeri, diretores do Ismes e professores do Instituto Politécnico de Milão, estiveram durante uma semana no Brasil visitando os estádios de São Paulo, além de empresas e órgãos públicos nas áreas de Energia e de Transportes. Durante a visita ao Brasil, os engenheiros do Ismes participaram do “1o Simpósio Internacional de Caracterização Dinâmica e Segurança das Estruturas”, organizado pela Etep Civil no Instituto de Engenharia de São Paulo, com apoio do Ibracon. Nessa ocasião foram apresentados os problemas e soluções adotadas nos estádios italianos, bem como as principais técnicas experimentais na área de dinâmica das estruturas. A consolidação da parceria se deu com os trabalhos realizados nos estádios do Morumbi e Palestra Itália.

Atualmente, o Ismes e a Etep Civil estão constituindo uma joint venture que contará com financiamento da Comunidade Européia para a implantação de um Centro Tecnológico que se chamará Ismes do Brasil. O investimento inicial será de US$ 1 milhão e o início de suas operações está previsto para o primeiro semestre de 1997. Esse Centro Tecnológico será dotado de equipamentos especiais, como os que foram utilizados para a realização dos ensaios dinâmicos de vibração forçada citados. Além desses ensaios dinâmicos em estádios, o Centro pretende atender também outros tipos de estruturas, tais como grandes barragens, pontes, viadutos e túneis. O acompanhamento para previsão e situações de risco, quanto ao deslizamento de encostas é outra área em que o Centro, pretende atuar. Particularmente na área das barragens, o Ismes desenvolveu o software Midas, que é o sistema inteligente de monitoramento de segurança de estruturas implantado em inúmeras barragens, dentro e fora da Itália. Este sistema consiste em organizar, analisar e interpretar as leituras periódicas, manuais ou automáticas, realizadas por sensores instalados nas estruturas e fundações de uma barragem e ativar sinais de alerta em caso de situações anômalas.

A larga experiência adquirida nos quase 50 anos de existência permite à empresa italiana avaliar a eficiência da rede de sensores instalados nas barragens e redimensioná-la, caso necessário, aumentando ou reduzindo o número de instrumentos existentes. Através do sistema Midas, também é possível desenvolver modelos estáticos, que utilizam leituras realizadas ao longo da vida da barragem, e modelos determinísticos calibrados, que partem de hipóteses matemáticas relativas à geometria da mesma e das características de seus materiais. Assim, têm-se de um lado os parâmetros resultantes dos modelos teóricos e de outro as leituras, manuais ou automáticas, obtidas dos instrumentos instalados. Mediante a comparação entre os resultados, teóricos e observados, são definidos eventuais comportamentos anômalos e acionados sinais de alerta.

Além disso, esse sistema se “autodiagnostica” checando periodicamente os instrumentos, definindo, assim, se uma leitura discrepante é decorrente de alguma falha no sensor ou se é uma indicação de algum comportamento anômalo da estrutura.

Toda essa tecnologia estará disponível no Brasil, a partir do início do ano, no novo Centro Tecnológico Ismes do Brasil, que pretende atuar também em toda a América do Sul.

Eng. Liana Becocci e Eng. Marco Juliani
O EMPREITEIRO – Abril/1997 – nº 343