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Inspeções, ensaios e análises

A cidade de São Paulo está literalmente em obras. Por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Siurb), a Prefeitura paulistana realiza o maior programa de recuperação e manutenção de pontes e viadutos da história da cidade. Apenas em 2023, as intervenções contam com um aporte aprovado de 650 milhões de reais e a expectativa é concluir 300 obras até o fim de 2024. Esse volume é inédito na cidade e faz parte do Programa de Gestão de Manutenção de Obras de Arte Especiais (OAE), criado em 2018.

IEME Brasil

A IEME Brasil participa do programa desde 2020, prestando serviços de inspeção, ensaios e análise estrutural. O contrato abrange os viadutos Domingos de Moraes, João Beiçola, Olavo Fontoura, 31 de Março, Carlos de Campos e Orlando Murgel, além das pontes Anhembi, Estaiada Governador Orestes Quercia, Arujá, Senador José Ermírio de Moraes e Complexo Viário Aurélio Batista.

Uma parcela significativa dessas OAE, identificadas como prioritárias, passa atualmente por reabilitação e a IEME permanece envolvida com algumas delas, que demonstraram a necessidade de reforços e estudos mais aprofundados, tendo em vista a adaptação das estruturas ao aumento do tráfego ou devido a problemas de manutenção. Projetos de reforços complementares estão atualmente em fase de elaboração e serão disponibilizados à prefeitura nas próximas semanas.

Recentemente, a IEME Brasil firmou um novo contrato com a Siurb, em um consórcio com a Alphageos, para realizar uma série de inspeções especiais, ensaios e verificações estruturais. Entre as estruturas a serem examinadas estão os viadutos Milton Leão, Júlio de Mesquita Filho 2, Itinguçu, Pedroso (Bispo Tid Hernandes), Mie Ken, Shuei Uetsuka e Jaceguai.

 

Foto: IEME Brasil / Filipe Viveiros
Ponte Estaiada Governador Orestes Quércia, São Paulo, em junho de 2021, durante serviço de inspeção, com uma de suas faixas interditadas para a segurança dos técnicos

 

Sobre o Programa

São Paulo possui centenas de pontes, viadutos e passarelas, a maioria deles sob responsabilidade da Prefeitura municipal, a quem cabe mantê-los e conservá-los. Com o objetivo de instaurar uma cultura permanente de inspeções rotineiras e manutenções preventivas, promovendo a integridade e prolongando a vida útil das estruturas, a Siurb publicou a Portaria nº 40/2018, criando o Grupo de Gestão de Manutenção de Obras de Arte Especiais.

Ligado diretamente ao Gabinete do secretário, o Grupo é o responsável por estabelecer um programa de inspeções rotineiras e periódicas para subsidiar o planejamento, o projeto e as ações de reparos, reformas e reforços das OAE, devendo verificar, dentre outros aspectos pertinentes, a situação do pavimento, passeio, vegetação, infiltrações, revisão das estruturas (infra, meso e superestrutura), solapamentos, aparelhos de apoio, juntas de dilatação, grades de proteção, drenagem e limpeza.

Assim teve início o Programa de Gestão de Manutenção de Obras de Arte Especiais da Cidade de São Paulo, que segue as diretrizes da norma ABNT NBR 9452, com realização de inspeção visual de periodicidade anual, inspeção especial a cada cinco ou oito anos e inspeção emergencial se houver demanda de caráter emergencial. O programa permite que os recursos disponíveis sejam utilizados de forma mais eficiente, hierarquizando e priorizando as necessidades de manutenção.

Saiba mais em: https://www.capital.sp.gov.br/noticia/prefeitura-investe-r-650-milhoes-em-2023-no-maior-programa-de-recuperacao-e-manutencao-de-pontes-e-viadutos-da-historia

Vale, Parauapebas: estamos em campo

Técnicos da IEME Brasil e do LAEDE estão em campo para realizar serviços de inspeção detalhada em 16 obras de arte especiais (pontes ou viadutos) e 7 túneis da Gerência de Integridade Estrutural subordinada à Diretoria de Metais Básicos Atlântico Sul, da Vale, em Parauapebas (PA). As OAE e os túneis localizam-se nos territórios da Mineração Onça Puma, Mina do Salobo, Mina do Sossego e Porto São Luiz, nos Estados do Pará e Maranhão.

O contrato teve início em agosto de 2022 e seu término é previsto para setembro de 2024. A IEME estima que aproximadamente 30% do serviço já tenha sido realizado.

Os serviços de inspeção detalhada de OAE e túneis seguem a ABNT NBR 9452 – Inspeção de Pontes, Viadutos, Passarelas de Concreto – Procedimentos e incluem os seguintes ensaios:

  • Verificação de potencial de corrosão
  • Verificação da resistividade elétrica do concreto
  • Esclerometria (NBR-7584) – Por área ensaiada
  • Teor de íons cloretos
  • Teor de sulfatos
  • RAA (Reação Álcali Agregado)
  • Líquido penetrante em solda
  • Ultrassom
  • Termografia infravermelha
  • Pacometria
  • Permeabilidade do concreto
  • Resistência do concreto – extração de testemunho
  • Ensaio de extensometria
  • Mapeamento com aerometria (drone)
  • Mapeamento com uso de escaneamento 3D

 

A inspeção resulta em relatórios detalhados contendo todos os laudos dos ensaios tecnológicos realizados, informando o estado de conservação e eventuais patologias identificadas, relatando pontos de melhorias, desenhos com os reparos a serem feitos, caso a inspeção defina, e a nota classificatória de cada ativo, conforme requisitos da norma.

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Realização da prova de carga na Ponte Itacaiúnas, com utilização de caminhões carregados

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Vista superior e inferior da Ponte Itacaiúnas

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Extração do corpo de prova com o CP extraído

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Inspeções de Pontes da Vale em Marabá (PA)

Desde ano passado, nossa equipe da Engenharia está envolvida em serviços na região de Marabá (PA). O alvo do trabalho são duas pontes da Vale. Uma fica sobre o rio Tocantins. Outra, sobre o Rio Jacundá.

A Ponte rodoferroviária sobre o Rio Tocantins com seus 2.340 m de extensão é a principal ligação entre o centro de Marabá e os distritos periféricos. Além disso, a ponte é atravessada, na sua parte central, pela Estrada de Ferro Carajás, que atende ao transporte de cargas e passageiros entre os estados do Pará e Maranhão.

Na ponte, estão sendo executados serviços de inspeção detalhada conforme a ABNT NBR 9452 – Inspeção de Pontes, Viadutos, Passarelas de Concreto – Procedimentos, bem como a inspeção de sua estrutura metálica, considerando ensaios não destrutivos e destrutivos. Dois pontos de destaque nesse trabalho são a utilização de drones e a modelagem 3D. Os drones, veículos não tripulados, são estratégicos para o início dos trabalhos, uma vez que permitem um primeiro mapeamento de anomalias através de fotos. Assim, é possível selecionar os pontos que precisam ser investigados mais a fundo. Contratamos a empresa Dronus, que utilizou drones do tipo Phantom e Matrice. Este último foi essencial, pois tem a capacidade de acessar a parte inferior do tabuleiro. Os resultados das inspeções em campo e por drones estão sendo modelados em 3D com o uso do software Revit para mostrar graficamente a situação da obra.

A Ponte Ferroviária sobre o rio Jacundá fica próxima à área de reserva indígena Mãe Terra. Essa ponte também é atravessada pela Estrada de Ferro Carajás. A obra possui uma estrutura em concreto armado com aproximadamente 180 metros de extensão que foi alvo de uma explosão intencional em meados de 2016. No ano seguinte, ela foi reparada e reforçada estruturalmente.

Nessa ponte, o escopo se baseia na execução de instrumentação, modelagem numérica da estrutura por elementos finitos, análise e interpretação dos resultados da instrumentação e do modelo numérico, com o objetivo de se definir a integridade estrutural, vida útil remanescente e coeficiente de segurança de cada elemento estrutural para o carregamento atual e projetado da Ponte. Para facilitar o acesso para a colagem dos extensômetros, a solução foi a contratação e treinamento de alpinistas.

Conforme conta a Coordenadora do Trabalho, Daniela David, foram muitos desafios a serem superados, mas com o apoio de toda a equipe e com a busca por soluções inovadoras, está sendo possível desenvolver um trabalho com resultados consistentes e que facilitará o planejamento e execução de novos serviços.

 

Inspeção das Pontes Cidade Universitária e Tatuapé

A empresa IEME Brasil inspecionou a ponte Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo, e constatou grandes deslocamentos de alguns aparelhos de apoio, armaduras expostas, rompimento de cabos de protensão e outras avarias. A necessidade de interdição foi descartada. A mesma empresa inspecionou a ponte Cidade Universitária e constatou que não precisa ser fechada apesar de apresentar danos como cabos de protensão rompidos.”

Leia mais na reportagem de Mariana Zylberkan para a Folha de S.Paulo de 22/03/19.