Dia: 14 de novembro de 2018

Um equipamento que chega para equilibrar as estruturas

Lá pelos idos da década de 50, quem poderia imaginar a quantidade de pessoas e volume de carros que se atingiria na virada do século. Na época, a construção civil começou a projetar grandes obras, apoiadas na capacidade técnica da engenharia nacional e nos avanços conseguidos. Pontes em concreto armado, viadutos, estádios de futebol e os ditos arranha-céus, começaram a surgir nos grandes centros urbanos, demonstrando que o país contava com tecnologia comparável à dos países europeus.

Projetados para varar o século XX, muitos começam a apresentar problemas em suas estruturas, atualmente submetidas a cargas e tráfego de veículos que dificilmente seriam previstos há mais de 40 anos. No caso dos estádios, nenhum deles foi projetado para apresentação de shows musicais, que transmitem impacto rítmico durante longo tempo, abalando seu conjunto. Some-se ao fato a ausência de manutenção, principalmente de pontes e viadutos, a maioria deles recebendo apenas uma pintura de vez em quando, para a impressão de que são cuidados. Basta lembrar o recente caso da Ponte dos Remédios para se ter uma idéia do resto.

Acompanhando os problemas que vinham surgindo com maior frequência em obras nacionais, o Grupo ETEP, através da IEME Brasil, firmou um acordo com o Instituto Sperimentale Modelli e Strutture, da Itália, para aplicar no Brasil sua tecnologia de dinâmica de estruturas, desenvolvida desde 1947.

“Através de um equipamento chamado Vibrodina, simula-se vibrações transmitidas à estrutura da obra. Os efeitos são registrados por uma rede de sensores que envia os sinais a um sistema chamado ISA – Ismes Signal Analysis”, explica Liana Becocci, engenheira responsável da IEME. Os registros recebidos transformam-se em informações técnicas que servirão de análise e proposta de solução.

Um dos locais onde o simulador permitiu uma solução inovadora foi no Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, que vinha apresentando problemas de vibração nas arquibancadas. O ensaio dinâmico realizado pela Vibrodina levou à instalação de um conjunto de molas e amortecedores que aliviam o impacto, evitando o comprometimento da estrutura. Fora a redução de custos, a solução impediu que obras de reforço prejudicassem o projeto original do estádio. A mesma tecnologia vem sendo proposta no Estádio do Parque Antárctica. Os serviços da IEME vêm sendo requisitado para análise de várias pontes, entre elas a que passa sobre o rio Guandu, na rodovia Presidente Dutra. Nela, a tecnologia permitiu uma economia de 51% em obras de recuperação e mostrou que a ponte é capaz de se adequar às exigências das normas atuais. A tecnologia pode ser aplicada em obras e edifícios de qualquer porte, sendo que muitas vezes o simples monitoramento leva à solução do problema.

“No momento, várias indústrias têm feito consultas para verificar a vibração que pode ser aplicada em suas instalações”, diz Liana. Além de clientes diretos, a IEME presta serviços a empresas de projetos que utilizam os ensaios produzidos pelo equipamento para propor novas soluções a seus clientes.

Marilda Rodella
REVISTA OESP – CONSTRUÇÃO – Set/Out. – 1998 – nº19

Pacaembu passa por testes de vibração na estrutura do Tobogã

Entrevista do diretor Marco Juliani ao SPTV, da Rede Globo, em 2018.

O video mostra o funcionamento do Vibrodina no Estádio do Pacaembu, que passou por testes de vibração na estrutura do Tobogã.

Assista abaixo a matéria completa.

 

 

WebTranspo: tecnologia pode minimizar poluição sonora do Metrô

Por: Redação Webtranspo / Marco Garcia

Muito se fala sobre o trânsito caótico e a ausência de um transporte coletivo eficiente na cidade de São Paulo. Painéis, encontros e palestras são e já foram realizados para descobrir um método que amplie a mobilidade na maior cidade brasileira. Os resultados dos debates apontam para um sistema metroviário que avance pelos quatros cantos da metrópole. Entretanto, a tarefa não é tão simples assim. Nela estão envolvidas muitas questões que às vezes fogem da competência da empresa que está à frente das obras. Dois desses problemas são os ruídos e vibrações da linha de metrô que futuramente causarão transtornos aos moradores e trabalhadores de casas e empresas instaladas ao longo do trajeto das composições.

Pensando nisso, a IEME Brasil Engenharia Consultiva, que atua em projetos que atenuam as vibrações e ruídos no entorno das linhas férreas, desenvolveu a tecnologia VVP-IEME (Vibrações de Vias Permanentes), para eliminar problemas secundários causados à população vizinha á malha ferroviária. O sistema foi utilizado com sucesso nas arquibancadas do estádio Cícero Pompeu de Toledo, Morumbi, em 1996, para liberar o palco para as partidas, que haviam sido interrompidas pelo Contru (Departamento de Controle de Uso de Imóveis). De acordo com Liana Becocci, Diretora da IEME Brasil, o sistema está sendo aplicado em algumas linhas do Metrô de São Paulo, caso da Linha Verde, que por meio do VVP eliminou o incômodo das vibrações e ruídos em 15 quilômetros de trilhos.

Mapeamento

O método faz uso de técnicas experimentais que quantificam os efeitos produzidos pelo tráfego dos veículos sobre trilhos, mapeando primeiramente toda a região do entorno da linha para levantar os tipos de construções que existem na área. Tecnologia pode ser agregada a futuros projetos ferroviários Tal procedimento fornece informações importantes à construtora, como por exemplo identificar quais as áreas não podem ser afetadas por vibrações ou ruídos como hospitais e teatros. “Com o mapa em mãos, a empresa pode fazer uma programação detalhando que estrutura precisa atender primeiro e qual pode esperar um pouco mais; enfim, a principal vantagem é otimizar todos os problemas que a estrutura tem”. “Com a simulação, podemos conferir o grau de vibração que o Metrô repassa para as casas vizinhas, pois as linhas podem estar diretamente aplicadas no solo, e tal procedimento pode afetar as construções ou até mesmo comprometer as estruturas de pontes próximas. Vemos se esses ruídos estão excedendo os limites prescritos em normas legais”, relata Liana.

Amortecedores nos trilhos

Desta forma, a IEME colhe informações dos pontos críticos e repassa à empresa responsável, sugerindo inclusive a aplicação de um sistema de atenuação chamado “Massa mola”. Trata-se de um sistema composto por uma laje (massa) flutuante que apóia a fixação dos trilhos, em seguida a fixação do trem. Essa laje é interligada aos amortecedores (molas), que trabalham em conjunto para minimizar os efeitos das vibrações causadas pela passagem dos trens”, salienta Daniela Davi, Engenheira do IEME. A IEME gerencia as obras de instalações dos apoios e depois retorna aos pontos críticos para realizar testes práticos que verificam a eficácia do sistema antes que as linhas iniciem as operações.

A diretora afirma que a tecnologia pode ser aplicada em qualquer sistema ferroviário, inclusive pode ser estendido aos futuros projetos de TAV (Trem de Alta Velocidade) e VLT (Veículo Leve Sobre Trilho) e também aos trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Vale destacar que a IEME não vende produtos. “Oferecemos apenas estudos e orientações que determinam os parâmetros e, a partir daí, o mercado é que tem que fabricar um produto que atenda as especificações. Fornecemos somente as características para a fabricação”, diz a executiva “Nosso trabalho é descobrir o problema, achar uma solução e indicar à empresa que tipo de produto pode ser utilizado para sanar os problemas”, completa.

A remoção das famílias

Por: Liana Becocci / Folha do Condomínio

As fortes chuvas que atingiram o Rio de Janeiro nas últimas semanas revelaram o quanto pode custar a omissão dos governos em relação à ocupação desordenada do solo. O problema não é exclusividade do Estado fluminense. Construções irregulares (tanto casas populares como de classe média alta), muitas localizadas em áreas de risco ou de proteção ambiental, são parte da paisagem urbana em todas as regiões brasileiras.

São Paulo, a principal metrópole do país, tem cerca de 16% da sua população residindo em loteamentos informais, segundo levantamento da Fundação Seade de 2008. São mais de 1,7 milhão de pessoas, quase o mesmo que a população de capitais como Porto Alegre, Curitiba, Recife e Manaus, onde o problema também existe e é grave.

Como em episódios semelhantes, as autoridades públicas do Rio de Janeiro anunciaram planos ambiciosos de remoção das famílias que vivem nas áreas condenadas. A tarefa não será fácil, e os governantes têm consciência disso, tanto que costumam evitar essa ação por considerá-la impopular.

Tensões sociais podem, de fato, decorrer do deslocamento de pessoas, assim como a perda dos vínculos comunitários estabelecidos, do emprego e dos bens culturais. No entanto, esses impactos negativos podem ser mitigados, por meio de acompanhamento social eficaz e de processos que garantam a participação efetiva da comunidade. É o chamado gerenciamento social, que busca assegurar a remoção com dignidade.

A experiência confirma que a contrapartida do reassentamento realizado nessas bases compensa os possíveis custos, sejam eles sociais ou políticos. Os benefícios primeiros são a melhoria da qualidade de vida daquela população do ponto de vista das condições de habitabilidade; a regularização jurídica da situação das famílias, permitindo uma inserção social ampla, principalmente quando o deslocamento é acompanhado pelo planejamento urbano integral da nova área, com garantias de acesso a serviços de saneamento, transporte, saúde etc.

Outro ponto positivo é a possível geração de trabalho e renda durantes as obras, benefício este que pode ser estendido a comunidades próximas. Todo esse processo cria condições para evitar que novas ocupações clandestinas se estabeleçam.

Após a tragédia do Rio de Janeiro – e de outras que a antecederam, como a do Morro do Baú, em Santa Catarina, e a do Jardim Pantanal, em São Paulo, só para citar algumas das mais recentes – fica claro que o Estado não mais pode ignorar o problema da ocupação irregular. O reassentamento apresenta-se como uma solução imediata viável para a redução da vulnerabilidade social e urbana das vítimas, no entanto, devemos lembrar que a solução definitiva e estrutural para o problema passa por uma gestão eficiente do uso do solo e por políticas sociais mais eficazes.

*Liana Becocci é engenheira e diretora da Ieme Brasil, empresa de engenharia consultiva, com certificação ISO 9001/2000 em Gerenciamento Social e experiência consolidada em inúmeros trabalhos realizados para as prefeituras de São Paulo e Suzano, Dersa (Desenvolvimento Rodoviário), CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), entre outros clientes.

IEME Brasil monta laboratório para homologação de componentes ferroviários

Por: Redação Webtranspo

Em parceria com o Laboratório de Estruturas da Escola de Engenharia da USP São Carlos, a IEME Brasil Engenharia Consultiva está montando um laboratório de homologação de componentes metroferroviários de vias permanentes. Segundo a empresa, a homologação é um procedimento destinado a atestar se os componentes de determinado fabricante atendem aos requisitos técnicos e de qualidade.

No geral, o produto é submetido a condições reais de utilização para avaliar seu desempenho. No local, serão testados materiais elastoméricos e componentes de vias permanentes, como fixações, AMVs – aparelhos de mudança de vias e dormentes. No caso dos componentes de vias permanentes metroferroviárias, os testes são estabelecidos por órgãos normativos nacionais e internacionais.

“O laboratório será o primeiro do Brasil a realizar ensaios estáticos e dinâmicos definidos em normas técnicas internacionais em materiais para atenuações de vibrações em vias metroferroviárias, testes esses antes feitos apenas fora do País”, conta Marco Juliani, engenheiro e diretor da IEME Brasil.

Estruturas dos Estádios da Copa são tema de palestra

Por: Joana Pellerano /Portal 2014

Até os anos 1950 os torcedores do futebol assistiam aos jogos de terno e gravata, sentados tranquilamente, e vibravam (ou pulavam) apenas numa jogada mais forte ou num gol daqueles de Didi, Pelé ou Garrincha. A partir dos anos 1970, a “galera” passou a ter uma participação muito mais ativa no espetáculo, em coreografias que reúnem milhares de pessoas saltando ao mesmo tempo, às vezes durante todo o jogo.

Mas essa vibração pode ser perigosa se a estrutura da arena não estiver preparada para aguentá-la. Uma forma de prevenir acidentes é analisar o comportamento dinâmico das arquibancadas, definindo qual é a vibração que ela precisa suportar e como adequá-la para cumprir essa missão. Esse é o tema da palestra gratuita que o engenheiro Marco Juliani, diretor da IEME Brasil Engenharia Consultiva, fará no Instituto de Engenharia, em São Paulo, no próximo dia 15/10.

Durante a palestra, Juliani promete fazer um breve histórico dos critérios de projeto de arquibancadas de estádios de futebol e compará-los com as novas exigências internacionais de segurança e conforto em relação às vibrações, inclusive as impostos pela Fifa. O engenheiro vai falar sobre os métodos de adequação estrutural dinâmica: diagnóstico, projeto, execução e testes de eficiência.

O encontro deve ser encerrado por uma análise da situação dos estádios brasileiros. A IEME Brasil trabalha com tecnologia italiana de avaliação dinâmica de estruturas, que permite detectar problemas estruturais nas arquibancadas dos estádios em decorrência de vibrações excessivas da plateia. A empresa já prestou serviços para os estádios Morumbi e Palestra Itália, em São Paulo, e Maracanã, no Rio de Janeiro.